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Fazenda tentará reduzir perda em caso do Santander15/06/2015
A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) pretende
questionar, em eventual fase de execução, a abrangência de decisão favorável ao
Santander sobre a base de cálculo da Cofins. Para os procuradores, o
entendimento valeria apenas para as operações realizadas no Sul do país, pois a
ação foi proposta pelo Banco Santander Meridional, que atuava apenas naquela
região.
A instituição financeira praticamente venceu a disputa sobre
a Cofins após um erro processual no Supremo Tribunal Federal (STF), o que a
levará a reverter R$ 4,8 bilhões em provisões. A discussão sobre o PIS, porém,
continua nas mãos dos ministros.
De acordo com o coordenador de atuação judicial da Fazenda
Nacional no STF, João Batista de Figueiredo, como a sentença beneficia o
Meridional Santander, não valeria para todo o território nacional. “Vamos
apresentar a tese no momento oportuno, de eventual execução dessa decisão pelo
Santander”, diz. O processo começou a tramitar em 2005, na Justiça Federal do
Rio Grande do Sul.
Nem o banco nem seus advogados quiseram comentar a tese. Em
seu site, o Santander relembra que, em 2000, o Grupo Santander adquiriu o Banco
Meridional. Ainda segundo o site, apesar de operar no Brasil por meio de
diferentes pessoas jurídicas, o Grupo Santander Brasil tem sua administração e
funções gerenciais centralizadas desde 2000 e, em 2006, consolidou todas as
suas participações em uma única pessoa jurídica.
Para a União, a discussão sobre a base de cálculo do PIS e
da Cofins das instituições financeiras e seguradoras é uma das mais importantes
em tramitação no STF. A estimativa de impacto é de R$ 17 bilhões.
A questão iria ser definida em repercussão geral por meio do
caso do Santander. Agora, com o erro processual que beneficiou o banco, serão
julgados dois recursos. O PIS será discutido no processo da instituição
financeira e a Cofins no da Sita Corretora de Valores.
Como a discussão sobre a Cofins para as outras instituições
financeiras está mantida, a PGFN também afirma que, se sair vencedora, pretende
entrar com uma ação rescisória no processo do Santander. Por meio desse
procedimento, pede-se a anulação de uma sentença transitada em julgado.
Para Antonio Carlos Gonçalves, do Demarest Advogados, caso a
Fazenda apresente a tese, o questionamento sobre a incorporação do banco deverá
gerar outra longa discussão, que poderá ser travada no próprio processo
judicial ou em processo administrativo decorrente de autuação.