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Levy abre 3 frentes para arrecadar mais20/07/2015
Em busca de recursos para tentar compensar a queda de arrecadação, o governo Dilma trabalha com três novas fontes de receitas que podem render cerca de R$ 35 bilhões neste ano e amenizar a redução da meta de superavit primário --em discussão no Executivo e no Congresso.
Do valor total, pelo menos R$ 5 bilhões viriam de um novo mecanismo tributário, a ser criado por medida provisória na próxima semana, autorizando empresas a quitarem dívidas usando, para uma parcela, créditos tributários a partir de prejuízos fiscais acumulados.
Outros R$ 20 bilhões teriam como fonte a tributação de recursos de brasileiros que foram enviados para o exterior sem pagar tributo no Brasil. Mais R$ 10 bilhões seriam recolhidos com acordos para cobrança de dívidas em fase de recurso na Fazenda.
O conjunto de ações está sendo discutido pelo ministro Joaquim Levy (Fazenda) com a presidente Dilma, com o objetivo de garantir a menor redução possível na meta de superavit primário (a economia de gastos para pagamento da dívida pública).
Levy não concorda com uma redução da meta de 1,1% do PIB (equivalente a R$ 66,3 bilhões) para 0,4% do PIB, como vai propor no Congresso o senador Romero Jucá (PMDB-RR). Nem com uma queda para 0,6% do PIB, como defende a ala política do governo Dilma. A nova meta deve ser divulgada até o dia 22 de julho.
DÍVIDAS X PREJUÍZOS
Pelo novo mecanismo a ser criado por MP, as empresas que aceitarem pagar dívidas utilizando prejuízos fiscais terão de fazê-lo de uma única vez ainda neste ano. Do total da dívida, 43% teriam de ser quitados com dinheiro.
O restante poderia ser abatido a partir de prejuízos fiscais auferidos pelas empresas. A Fazenda estima que a receita desse programa pode chegar a R$ 10 bilhões.
A regularização de recursos de brasileiros no exterior, pode gerar neste ano para o Tesouro entre R$ 20 bilhões e R$ 25 bilhões, com uma tributação efetiva de 35% sobre o dinheiro que for legalizado.
A Fazenda estima que possa haver US$ 200 bilhões de dinheiro não declarado fora do país. Técnicos têm uma previsão menor, de US$ 100 bilhões, que gerariam até US$ 35 bilhões (mais de R$ 105 bilhões) aos cofres públicos.
Uma parte desses recursos deve financiar dois fundos.
Um bancaria as perdas dos Estados terão com a unificação das alíquotas interestaduais de ICMS em 4% para acabar com a guerra fiscal. Seria capitalizado em R$ 8 bilhões, com distribuição de R$ 1 bilhão aos governadores durante oito anos.
O outro seria voltado investimento em infraestrutura em projetos de interesses dos governadores.