Notícias
Empresas investem em novos planos de remuneração variável05/10/2014
Pequenas empresas estão adotando meios diferentes do
tradicional PLR (Participação nos Lucros e Resultados) para oferecer
remuneração variável aos funcionários.
Entretanto, esse tipo de estratégia exige que a companhia
esteja preparada para revelar dados sobre o negócio aos profissionais.
A Cazamba, empresa de customização de publicidade on-line
com 12 funcionários, criou uma política de bônus mensal. O pagamento é em
dinheiro (até um salário a mais).
O presidente-executivo Stefan Schimenes, 28, explica que
foram criadas metas para cada funcionário e setor, como entrega de campanhas de
acordo com o cliente, objetivos comerciais, desenvolvimento de produtos e manutenção
do site.
"Foi algo discutido em reuniões com todos para
aprovação. Com isso estamos vendo mais comprometimento e mais clientes
chegando. Um dos funcionários conseguiu se destacar muito e foi até convidado a
virar sócio", diz.
Cássio Mattos, diretor da ABRH (Associação Brasileira de
Recursos Humanos), diz que, para dar certo, esse tipo de benefício pressupõe
transparência nos números.
"A companhia precisa estar preparada para mostrar
alguns de seus resultados, como o faturamento ou as vendas. Os planos só dão
certo quando o funcionário entende de verdade qual é sua participação",
diz.
Outro tipo de remuneração variável até então pouco
disseminado entre pequenas e médias companhias são as chamadas "stock
options", que não são tratadas na legislação trabalhista brasileira.
Nesse sistema, a empresa permite que funcionários recebam
ações da corporação.
A companhia deve ter estrutura legal de sociedade anônima e
possuir um conselho de administração, que fará um plano de outorga e escolherá
o beneficiado.
Com a compra, o profissional passa a fazer parte do contrato
social e seu contrato de trabalho fica suspenso, já que ele passa a ser sócio.
O shopping virtual MuccaShop, que reúne cerca de 300 lojas
de moda, vestuário e acessórios, começou a utilizar esse sistema há cerca de um
ano para seus 15 funcionários. As ações têm um valor baseado no valor da
empresa, que é calculado multiplicando o faturamento por dois. A companhia foi
dividida em 1 milhão de ações e, se os funcionários atingem as metas, ganham um
certo número de papéis.
O funcionário não pode vender as ações para terceiros. Se
sair da empresa, será obrigado a vendê-las para os sócios no valor do momento.
"É uma forma de fazer eles se sentirem donos do negócio
e de cobrar mais facilmente as metas. Já atingimos 1 milhão de acessos por mês
após esse comprometimento maior", destaca Carlos Fertonani, 36,
sócio-fundador da loja virtual.